CAMPEÕES NACIONAIS DO BRASIL


As disputas oficiais no Brasil começaram em 1902, com o mais tradicional e longevo certame que conhecemos, o Campeonato Estadual. Por se tratar de um país com dimensões continentais e diversos problemas logísticos, as Federações nacionais e estaduais iniciaram os processos e progressos da nacionalização da modalidade com disputas regionalizadas, como nos revolucionários certames de 1920 e 1937, passando por 1959 e 1967, até chegarmos a 1971 e 1989.

O Brasil conta com uma Liga Nacional desde 1971 e que entre 2010 e 2023 teve o reconhecimento de outros certames com pesos de Ligas, como o Torneio dos Campeões, a Taça Brasil e a Taça de Prata, mais conhecida como Robertão. Em 1989 foi surgida a Copa do Brasil, oficialmente a Taça Brasileira e que até chegar nela, a Confederação aplicou várias competições paralelas ao Brasileirão e experimentos de 2º escalão da elite, campeonatos com seus valores, mas que ficam no esquecimento do senso comum.

O Foot Quadros escala todos os títulos nacionais de elite, ou seja, não considerando Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro. Vamos lá!

LIGA NACIONAL (TÍTULOS BRASILEIROS)

Ligas são os Torneios, mais precisamente Campeonatos, o de maior valor entre os clubes de seus respectivos países. São nelas definidas as séries de cada equipe, as cotas financeiras, as vagas internacionais, acessos, rebaixamentos e os critérios técnicos, ou seja, o futuro dos clubes passam pelas Ligas, que no Brasil, atualmente, é o Campeonato Brasileiro, similar da La Liga e Premier League, por exemplo.

Torneio dos Campeões (1937): Os anos 30 foi marcado por confusões entre a FBF (Federação Brasileira de Football) e a CBD (Confederação Brasileira de Despostos), a primeira tinha o interesse de profissionalizar o futebol, clubes e centros, enquanto a segunda buscava valorizar a Seleção Brasileira para as disputas do Sul-Americano e Olimpíadas. Veio a pacificação e a CBD concedeu a licença para a FBF reger as ações dos clubes e em 1937 foi disputada a versão de clubes do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. Foram convocadas diversas federações e o torneio reuniu todos os campeões estaduais dos estados profissionais, filiados e inscritos junto a CBD/FBF, o que gera a legitimidade da nacionalização do certame, que não reuniu todos os estados brasileiros, mas reuniu todos os estados dentro de um mapa possível de profissionalismos, filiações e vontades federativas. A finalidade foi gerar um certame como Campeonato e não como Copa, visto que seria espelho do Brasileiro de Seleções. Vencedor, o Atlético-MG reuniu provas em seu acervo com um dossiê completo exibindo pontos legítimos como nacionalidade, profissionalismo, legalidade, padrão CBD/CBF, contextualização, conceito Liga/Campeonato e o mais importante, finalidade de um Campeonato Brasileiro de clubes. Campeão:

Atlético-MG: 1 (1937)

Taça Brasil (1959-1967): Conmebol e UEFA fecharam acordo para criação da Copa Intercontinental, assim sendo criada também a Libertadores. O Brasil ainda não possuía uma disputa nacional para daí indicar o seu representante e a CBD propôs a criação da Taça Brasil, uma Copa com status e valor de título máximo nacional e que sempre dava ao vencedor o status de "campeão brasileiro" ou "campeão do Brasil" e a vaga para a taça continental. Campeões:

Santos: 5 (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965)
Palmeiras: 2 (1960 e 1967)
Bahia: 1 (1959)
Cruzeiro: 1 (1966)

Robertão (1967-1970) e Torneio de Campeões Estaduais - Ex-Taça Brasil (1968): Muitos clubes reclamavam da Taça Brasil pelo formato de reunir apenas o campeão estadual e em estados que possuíam mais de um grande clube com capacidades, estruturas, torcidas, poder financeiro e potenciais para disputar feitos nacionais, como Guanabara e São Paulo, viam grandes instituições fora da disputa. Em 1967, o Torneio Rio-São Paulo foi expandido, ganhando a presença de clubes de Minas Geras, Paraná e Rio Grande do Sul, criando-se um Campeonato Brasileiro do Sul. O que era um torneio bi-estadual virou um inter-regional e com muito sucesso técnico, financeiro e de público, assim ganhando valor nacional ao ponto de ser nacionalizado. Com o sucesso do Robertão de 1967 e a defasagem da Taça Brasil por diversos motivos, a CBD decidiu criar um novo modelo de disputa nacional para a temporada 1968. O Robertão que era comandado pelas federações de GB e SP passou a ser regido pela CBD, que criou também o Torneio Norte-Nordeste, o Torneio Centro-Sul e mudou a finalidade da Taça Brasil, que chegou a ser chamada pela imprensa gaúcha de 'Torneio de Campeões Estaduais' e também de 'Ex-Taça Brasil', pois ao invés de definir o campeão brasileiro da temporada como ocorrido entre 1959 e 1967, agora o certame seria uma das pontes junto ao Robertão, Norte-Nordeste e Centro-Sul para a disputa do Torneio dos Campeões da CBD, que reuniria os quatro campeões para definir o campeão do Brasil e dono da vaga da Libertadores. Em 1969 e 1970, o Robertão continuou a sua disputa em paralelo ao Torneio Norte-Nordeste, além de não ter mais o aparelhamento com as extintas Taça Brasil e Centro-Sul. Campeões:

Palmeiras: 2 (1967 e 1969)
Santos: 1 (1968)
Fluminense: 1 (1970)

Botafogo: 1 (1968)

Campeonato Brasileiro (1971-atualmente): Após muita luta dos clubes e federações para a criação de um certame em formato de Liga Nacional, como já presentes em outros países como Itália (Série A), Inglaterra (Football League) e Espanha (Primera División), a CBD enfim cria o seu Campeonato, o qual foi mudando de formatos e de critérios de participações e após o mais bagunçado de toda história, em 1986 e o mais polêmico, em 1987, oficializou-se a elitização nacional, com a primeira divisão sem acessos diretos com os campeonatos estaduais. Em 2003 foi criado o sistema de pontos corridos, o que colocou de vez o Brasileirão na globalização e linguagem idealizada. Campeões:

Palmeiras: 8 (1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023)
Corinthians: 7 (1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017)
Flamengo: 7 (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020)
São Paulo: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
Vasco: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)
Internacional: 3 (1975, 1976 e 1979)
Fluminense: 3 (1984, 2010 e 2012)
Cruzeiro: 3 (2003, 2013 e 2014)
Grêmio: 2 (1981 e 1996)
Santos: 2 (2002 e 2004)
Atlético-MG: 2 (1971 e 2021)
Guarani: 1 (1978)
Coritiba: 1 (1985)
Sport Recife: 1 (1987)
Bahia: 1 (1988)
Botafogo: 1 (1995)
Athletico-PR: 1 (2001)

Campeões unificados:

Palmeiras: 12 (1960, 1967, 1967, 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023)
Santos: 8 (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004)
Corinthians: 7 (1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017)
Flamengo: 7 (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020)
São Paulo: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
Vasco: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)
Fluminense: 4 (1970, 1984, 2010 e 2012)
Cruzeiro: 4 (1966, 2003, 2013 e 2014)
Internacional: 3 (1975, 1976 e 1979)
Atlético-MG: 3 (1937, 1971 e 2021)
Bahia: 2 (1959 e 1988)
Botafogo: 2 (1968 e 1995)
Grêmio: 2 (1981 e 1996)
Guarani: 1 (1978)
Coritiba: 1 (1985)
Sport Recife: 1 (1987)
Athletico-PR: 1 (2001)

Confira a matéria especial do Foot Quadros sobre os Campeões Brasileiros.

COPAS NACIONAIS

As Copas são pelejas com o intuito de integração nacional e democracia totalitária do mapa de um país. Espécies da junção de todas as divisões das Ligas nacionais e que tem no seu espírito, o poder das decisões no formato mata-mata. É tradicionalmente o segundo maior titulo nacional. No Brasil, a Copa do Brasil é a sua grande marca.

Copa do Brasil (1989-atualmente): O futebol mundial foi galgando até chegar a modelos de disputa e de calendário que gerou métodos evolutivos e um deles foi a tradição das disputas de Liga e Taça nacional entre os grandes centros futebolísticos. No Brasil não podia ser diferente e hoje temos uma competição nacional de pontos corridos, o Brasileirão e de mata-mata, a Copa do Brasil, que é a taça master do país. Campeões:

Cruzeiro: 6 (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
Grêmio: 5 (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
Palmeiras: 4 (1998, 2012, 2015 e 2020)
Flamengo: 4 (1990, 2006, 2013 e 2022)
Corinthians: 3 (1995, 2002 e 2009)
Atlético-MG: 2 (2014 e 2021)
Criciúma: 1 (1991)
Internacional: 1 (1992)
Juventude: 1 (1999)
Santo André: 1 (2004)
Paulista: 1 (2005)
Fluminense: 1 (2007)
Sport Recife: 1 (2008)
Santos: 1 (2010)
Vasco: 1 (2011)
Athletico-PR: 1 (2019)
São Paulo: 1 (2023)

Copa dos Campeões (2000-2002): Antes da implementação do sistema de pontos corridos na Série A e com mudanças nos planejamentos das competições da Conmebol, a CBF mais uma taça, valendo o título de terceiro escalão da elite, de um valor similar a Copa da Liga Inglesa, que para a Inglaterra, serve como a terceira principal conquista e a segunda principal copa. A Copa dos Campeões reunia todos os campeões regionais + os campeões cariocas e paulistas, formando uma recopa regional para definir este terceiro principal campeão nacional do ano e mais um representante do Brasil na Libertadores. Campeões:

Palmeiras: 1 (2000)
Flamengo: 1 (2001)
Paysandu: 1 (2002)

RECOPA NACIONAL

As Recopas são encontros entre os atuais campeões de elite de um respectivo espaço geográfico, disputado entre seleções e clubes. Como exemplos, a Copa das Confederações, que reunia as atuais seleções campeões de todos continentes, a Finalíssima, que propõe o confronto entre os países campeões de América do Sul e Europa e a Recopa Sudamericana, disputa entre os campeões da Libertadores e da Copa Sudamericana.

Supercopa do Brasil (1990-1991 e 2020-atualmente): Com o surgimento oficial e contínuo de um certame de segundo escalão da elite, a Copa do Brasil, a CBF criou sua Recopa Brasileira, reunindo os atuais campeões brasileiros (Campeonato Brasileiro) e do Brasil (Copa do Brasil). Apesar da nomenclatura ser "Supercopa do Brasil", sua finalidade é de "Recopa do Brasil". O confronto entre campeões da Liga e da Copa é marcado por ser o ponta pé das disputas nacionais em um país, algo extremamente tradicional nos maiores países futebolísticos como Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália e que o Brasil voltou a encaixar em seu calendário anual. Campeões:

Flamengo: 2 (2020 e 2021)
Grêmio: 1 (1990)
Corinthians: 1 (1991)
Atlético-MG: 1 (2022)
Palmeiras: 1 (2023)
São Paulo: 1 (2024)

Torneio dos Campeões da CBD (1969): Como já explanado anteriormente, foi o torneio final do calendário nacional da CBD para a temporada de 1968, reunindo todos os atuais campeões do Campeonato Brasileiro do Sul (Robertão), Campeonato Brasileiro do Norte (Torneio Norte-Nordeste), Campeonato Brasileiro do Centro (Torneio Centro-Sul) e do Torneio de Campeões Estaduais (Ex-Taça Brasil). Por seu regulamento, finalidade e jurisprudência, essa recopa possui chances de ser unificada ao Brasileirão. Campeão:

Grêmio Maringá/PR: 1 (1969)

SUPERCOPAS NACIONAIS

Supercopas são certames que agrupam todos os campeões da história de competições. Sem ligação com fases atuais, mas sim históricas. Como por exemplo, se a CBF criasse uma Supercopa do Brasileirão, clubes no auge de seus sucessos como São Caetano, Bangu e Vitória não disputariam, pois mesmo bem na Série A, não eram campeões, por outro lado, Bahia, Fluminense e Guarani, mesmo nos anos que estavam na Série C disputariam, pois as glórias eternas no Campeonato Brasileiro lhe credenciaram as vagas.

Antes da criação da Copa do Brasil, a CBD/CBF realizava certames com o fim de disputas secundárias e junto a isso, o Brasileirão era disputado em mata-mata e muitos clubes de grandes centros ficavam sem calendário nacional. Um dos planejamentos era realizar encontros entre campeões e até mesmo vices de grandes competições históricas para pôr em jogo um segundo troféu nacional.

Copa dos Campeões da Copa Brasil (1978): A CBD reuniu todos campeões da história Campeonato Brasileiro, no caso, campeões brasileiros entre 1971 e 1978. Campeão:

Atlético/MG: 1 (1978)

Torneio dos Campeões da CBF (1982): Similar a 1978, a CBF criou uma supercopa reunindo campeões e vices do Campeonato Brasileiro, Taça Brasil, Robertão e Torneio Rio-São Paulo e com a desistência de alguns clubes, os clubes não campeões e não vices de mais participações no Brasileirão entraram na disputa. Campeão:

America/RJ: 1 (1982)

LIGAS NACIONAIS - NÃO UNIFICADAS

Em tantos dos seus processos até chegar a idealização do Campeonato Brasileiro, a CBD realizou múltiplos planejamentos para criação de uma Liga. Entre elas, houve a disputa de ligas regionalizadas, campeonatos que são factualmente nacionais em suas finalidades, mesmo com disputas regionais, todavia, respeitando métricas do mapa, seguindo filiações e profissionalismo. Em alguns anos, a totalidade das disputas nacionalizadas se viam em campeonatos regionais paralelos, onde cada um deles eram espécies de "Brasileirão" para cada eixo. Esses modelos foram formas de chegar ao que temos hoje, a Série A. Algumas dessas ligas regionais foram unificadas ao Brasileiro, outras não.

Em 2010, a CBF unificou a Taça Brasil e o Robertão ao Campeonato Brasileiro, dando o status e pesos de todos os campeões entre 1959 a 1970 como campeões brasileiros dos seus respectivos anos. Em 1920 teve o primeiro lastro de uma disputa nacional, não necessariamente de Liga, mas que deu ao seu campeão um status de campeão master do país. Entre 1968 e 1970, foram disputadas ligas paralelas ao Robertão, as quais através de diversos critérios acatados e criados pela própria CBF pelo Dossiê da Unificação, que tem como autor o jornalista, pesquisador e historiador paulista Odir Cunha, são ricas de aspectos suficientes para que em breve também sejam reconhecidas como Brasileirões.

Torneio dos Campeões Estaduais (1920): Ainda na era amadora, a CBD realizava ações para mapear o futebol nacional em busca de convocar atletas para a Seleção Brasileira, além de fortalecer os clubes, afim de popularizar e gerar o progresso da modalidade no país. Três grandes centros foram convidados para a disputa de um certame com status nacional. Fluminense (RJ), Brasil de Pelotas (RS) e Paulistano (SP) formaram um triangular, onde o clube paulista levou a melhor e foi amplamente saudado como "campeão do Brasil", sendo esse, oficialmente, o primeiro título nacional (não necessariamente título brasileiro). Campeão:

Paulistano: 1 (1920)

Torneio Norte-Nordeste | Campeonato Brasileiro do Norte (1968-1970): A elevação do Rio-São Paulo para Robertão em 1967 foi primordial para que em 1968 houvesse a mudança no planejamento nacional das disputas dos clubes. O país foi dividido em eixos Norte, Sul e Centro, sendo o Torneio Norte-Nordeste o Campeonato Brasileiro do eixo Norte do país, exercendo a mesma finalidade do Robertão, que seria indicar o representante de sua região para a disputa do Torneio dos Campeões da CBD. O certame foi disputado entre os campeões estaduais do Norte e do Nordeste e é de fato um campeonato nacional, mesmo tendo sua disputa inter-regionalizada, assim como o Robertão, que foi unificado a Série A. Através de seu Regulamento, finalidade, jurisprudência aberta em 2010 e outros pontos, o "Brasileirão do Norte" é mais um a se equiparar a Série A. Para saber mais sobre essa disputa, leia o Dossiê. Campeões:

Sport Recife: 1 (1968)
Ceará: 1 (1969)
Fortaleza: 1 (1970)

Torneio Centro-Sul (1968): Assim como o Torneio Norte-Nordeste para o eixo Norte e o Robertão para o eixo Sul, o Torneio Centro-Sul foi o Campeonato Brasileiro do Centro, que reuniu os campeões estaduais dos estados do eixo Centro e Sul do país que não participassem da Taça de Prata. Campeão:

Grêmio Maringá/PR: 1 (1968)

COMPETIÇÕES PARALELAS AO CAMPEONATO BRASILEIRO

Os certames paralelos ao Brasileirão são disputas que por motivos extraordinários são ocorridas. No Brasil ela ocorreu por um misto de motivos, como geração de calendário a clubes eliminados, criação de campeonato por clubes excluídos por ações políticas e até confrontos valendo vaga à Libertadores. As competição são difíceis de se entender e de serem escaladas nas categorias de títulos nacionais, mas possuem finalidades e motivos claros para suas existências.

Torneio de Integração Nacional (1971): Em 1971, a CBD cria o Campeonato Brasileiro, feito ocorrido após diversas negociações e ações de bastidores entre clubes participantes e não participantes do Robertão. Estados como Ceará, Goiás e Pará batalhavam por suas integrações num possível Brasileirão por todas suas tradições, profissionalismos, títulos, referências estruturais e até mesmo histórico em grandes certames diante das principais forças do eixo Sul. O Brasileirão é criado e alguns estados ficam de fora da primeira divisão sem justificativa, gerando a revolta de federações e clubes, que acabam criando um torneio paralelo à Série A, expondo para o Brasil a falta de decência da entidade nacional em seus critérios e falsa integração nacional, visto que o Campeonato Brasileiro seria criado com o fim de gerar o desenvolvimento nacional genuíno. Líder da revolta, o estado de Goiás decidiu não participar de nenhum torneio da CBD, incluindo a Série B, já que não sabia o motivo de ficar fora da Série A, assim, sua federação estabelece o Torneio de Integração Nacional, o "Brasileiro dos excluídos sem justificativa". O Ceará até chegou a ter uma vaga na Série A, um efeito "cota" e também uma na Série B, que seria do Fortaleza, clube que abriu mão, pois já vinha de uma caminha contra o "sul-centrismo" do futebol, notório que a CBD enquanto cuidada integralmente do Robertão, esnobava o Torneio Norte-Nordeste, criado pela mesma. Espírito Santo nem vaga na segundona obteve e também participou do Torneio, que foi disputado integralmente em território goiano. Campeão:

Atlético-GO: 1 (1971)

O próprio Atlético-GO considera em seu site oficial o Torneio de Integração Nacional de peso igualitário a Série B do Brasileirão, com um histórico de tentativa junto a CBF de reconhecimento, porém, o Foot Quadros escala como um titulo de elite nacional paralelo as principais disputas, pelos motivos de que os estados participantes foram excluídos pelo "sul-centrismo" e ações políticas que já vinham ocorrendo desde 1967, portanto, o Torneio é uma extensão do mapa e do calendário da elite do futebol brasileiro de 1971.

Torneio do Povo (1973): No inicio das disputas do futebol nacional, um dos critérios de desempate, patrocínios e outras ligações eram público nos estádios e número de torcedores em pesquisas. Isso impulsionou para que clubes que se reconhecessem como imensamente populares criassem um torneio entre eles. O Torneio do Povo ocorreu entre 1971 e 1973, mas até aqui, oficialmente, somente a última edição contou com aval da CBD e é considerado um título nacional com critério de elite de forma objetiva com parecer da entidade na sua ocorrência. Campeão:

Coritiba: 1 (1973)

Torneio Heleno Nunes (1984): Os anos 70 e 80 marcam os grandes movimentos da CBD/CBF para a caminhada até a criação da Copa do Brasil. Antes disso, múltiplos modelos e ideias de disputar uma competição nacional além do Campeonato Brasileiro. Em 1984, o Brasileirão ocorreu no primeiro semestre, entre janeiro e maio, porém, grandes e/ou populares clubes como Atlético, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Internacional, Palmeiras, Santa Cruz e São Paulo foram eliminados nas duas primeiras fases. Além de Guarani e Sport Recife que também tinham sidos eliminados na Série B. Com isso, a Federação Paulista cria um torneio envolvendo clubes com "camisa", de tradição, títulos, torcidas e de centros importantes para uma disputa nacional paralela a Série A. Para muitos foi motivo de chacota, visto que enquanto uns jogaram o "Helenão", outros continuavam suas tarefas no Brasileirão. O que não muda em nada que esse foi mais um certame que serviu de ponte para a elevação da ideia de um título de segundo escalão da elite. Campeão:

Internacional: 1 (1984)

Seletiva para a Libertadores (1999): Em 1999, a Conmebol realizava mudanças nas taças continentais e uma das novidades era que o Brasil ganhara mais uma vaga para a Libertadores 2000. Para apontar o seu quinto representante continental, a CBF cria uma copa de tiro curto reunindo todos os clubes não finalistas da Série A e na medida que os clubes iam sendo eliminado do Brasileirão, automaticamente entravam na Seletiva, que já vinha sendo realizada em paralelo. Por se tratar de um certame com critérios oriundos da Série A e com ligação à elite continental, é de fato e oficialmente um título nacional de elite. Campeão:

Athletico-PR: 1 (1999)

Muitas competições são apontadas como títulos nacionais e até mesmo como pseudos-campeonatos brasileiros, mas que em sua oficialidade e finalidade variam entre disputas interestadual e regionais, amistosos, ou até mesmo jogos de excursões, como o Torneio Quadrangular de Belo Horizonte de 1967, vencido pelo Bangu e a Taça dos Campeões Rio-São Paulo de 1931, vencida pelo Botafogo.


Jejuns de títulos nacionais:

Dos 28 campeões nacionais, o Paulistano é o dono da maior seca. É mais que um centenário de jejum desde a conquista do primeiro certame nacional da história do Brasil. Entre os grandes clubes do país, destaca-se o jejum do Coritiba e entre o "G11 Nacional", o Internacional é o detentor da maior seca. Entre os campeões brasileiros, o Guarani detém a maior espera por um título.

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